sexta-feira, 8 de junho de 2007

Os premiados

O público lotou o Teatro Ademir Rosa para a cerimônia de premiação. Veja a lista dos premiados das Mostras Competitivas do FAM 2007:



MOSTRA DE VÍDEOS

MELHOR ATRIZ
Adriana Aizenberg – Ropa Súcia (ARG)

MELHOR ATOR
Roly Serrano – CAM 810 (ARG)

MELHOR VÍDEO EXPERIMENTAL
Ventana (ARG)

MELHOR VÍDEO ANIMAÇÃO
O Jumento Santo e a Cidade que se Acabou antes de Começar (PE)

MELHOR VÍDEO DOCUMENTÁRIO
Sabá (SP)

MELHOR VÍDEO FICÇÃO
Doce Amargo Infinito (CE)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Melissa Dullius – Éternau (SC)

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Dênio de Paula - Rapsódia do Absurdo (GO)

MELHOR EDIÇÃO
Erico Rassi – Rapsódia do Absurdo (GO)

MELHOR FOTOGRAFIA
Ivo Lopes Araújo - Doce Amargo Infinito (CE)

MELHOR DIREÇÃO
Henry Meziat – CAM 810 (ARG)

MELHOR ROTEIRO
Henry Meziat, Ezequiel Campa, Cesar Sambarato, Eliana Migliarini e Marcela Castro – CAM 810 (ARG)

MENÇÃO HONROSA
Sinestesia (SC)

JÚRI POPULAR
Lurdinha – A Vendedora de Ilusões (SC)

MELHOR VÍDEO
Mis Pies (ARG)

PRÊMIO PS TECHNIK, PLURAL FILMES E MEDIA TOOLS DE MELHOR VÍDEO CATARINENSE
Lurdinha – A Vendedora de Ilusões

PRÊMIO KODAK, QUANTA, ESTUDIOS MEGA, MEGACOLOR, FUNCINE E CINEMATECA CATARINENSE DE MELHOR VÍDEO CATARINENSE
Jardim do Éden







César Cavalcanti, diretor de Lurdinha- A Vendedora de Ilusões e a atriz Márcia Konder.





MOSTRA INFANTO-JUVENIL

MELHOR FILME
Leonel Pé de Vento (RS)


MOSTRA DE CURTAS 35mm

MELHOR ATRIZ
Caroline Abras – Alguma Coisa Assim (SP)

MELHOR ATOR
Fernando Cunha – O Homem (DF)

MELHOR CURTA-METRAGEM DE ANIMAÇÃO
Vida Maria (CE)

MELHOR DOCUMENTÁRIO
Cine Zé Sozinho (CE)

MELHOR FICÇÃO
Alguma Coisa Assim (SP)

MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Adriana Faria - 14 Bis (SP)

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
André Abujamra e Black Gero - O.D. Overdose Digital (SP)

MELHOR MONTAGEM
Lucas Schiaroli – 76/... (ARG)

MELHOR FOTOGRAFIA
André Lavenére – Dia de Folga (DF)

MELHOR DIRETOR
Ian SBF – O Lobinho Nunca Mente (RJ)

MELHOR ROTEIRO
Ian SBF – O Lobinho Nunca Mente (RJ)

MENÇÃO HONROSA
O Maior Espetáculo da Terra (MG)

JÚRI POPULAR

O Lobinho Nunca Mente (RJ)

MELHOR FILME – PRÊMIO QUANTA
O Lobinho Nunca Mente (RJ)



Ian SBF, o grande vencedor da noite com O Lobinho Nunca Mente

Triângulo amoroso em Proibido Proibir!

Proibido Proibir fecha a mostra de longas do 11° FAM.



No filme, o personagem Paulo (interpretado por Caio Blat) é um estudante de medicina que divide uma quitinete com Leon (Alexandre Rodrigues), seu melhor amigo e estudante de sociologia. Os estudos movem os dois, mas enquanto Leon se preocupa com a condição social dos jovens da cidade, Paulo está mais ocupado em conseguir drogas que o mantenham desperto durante as aulas, já que seu lema é: Proibido Proibir. Leon namora Letícia (Maria Flor), mas ela e Paulo se apaixonam.



O diretor Durán é um veterano roteirista do cinema brasileiro. Nascido no Chile, tem em Proibido Proibir seu segundo longa - o primeiro, A Cor do Seu Destino, é de 1986. O que se pode dizer é que esse longo intervalo sem filmar não lhe tirou a agilidade e a forma. Proibido Proibir não apenas situa sua trama entre jovens universitários, mas tem em sua linguagem uma pegada jovem, que pode lhe ser crucial no momento de encontrar seu público.

Assista ao trailer:


Os 12 Trabalhos de Héracles

Os 12 Trabalhos, de Ricardo Elias, é o primeiro longa da noite de encerramento do FAM 2007

Em Os 12 Trabalhos, Ricardo Elias conta a história de Héracles, um jovem negro da periferia que, para superar o passado que o desfavorece, terá de realizar 12 tarefas ao longo de um dia para conseguir um emprego como motoboy. Aparentemente frágil e dono de uma sensibilidade nem sempre compreendida por seus colegas, o rapaz irá se deparar com a intolerância, a injustiça, o desejo e a tentação em situações próprias de uma metrópole como São Paulo. Uma releitura contemporânea do mito de Hércules, que traça um panorama da vida nas grandes cidades e ressalta o esforço e a luta de uma juventude sem muitas perspectivas.

Na sessão de Os 12 Trabalhos estão confirmadas as presenças do protagonista Sidney Santiago e do diretor Ricardo Elias.

Assista o trailer:


Logo após a sessão de Os 12 Trabalhos, haverá a premiação do 11º FAM. E na seqüência, as 21: 00h, o público assiste a exibição do longa Proibido Proibir, de Jorge Durán.

Os 12 Trabalhos, de Ricardo Elias
Mostra de Longas Mercosul
Teatro Ademir Rosa,no CIC
dia 08 de junho
19:00h

Vencedores do II Prêmio Armando Carreirão serão exibidos na Mostra EXTRA-FAM

As cinco produções audiovisuais foram premiadas pelo Fundo Municipal de Cinema de Florianópolis


Bruxas Atacam Pescador, de Érico Patrício Monteiro

Um filme dentro de um filme; um olhar infantil sobre a realidade da capital catarinense, a memória do Mercado Público de Florianópolis; uma lenda de Franklin Cascaes transformada em desenho animado; um recorte de olhar sobre o centro da Ilha de Santa Catarina. Estes são os temas dos cinco vídeos catarinenses que serão apresentados na Mostra Extra - Fam desta sexta-feira, dia 08, às 14h, no Cineclube Nossa Senhora do Desterro (CIC – Centro Integrado de Cultura).

Isto Não É Um Filme, de Loli Menezes


Os trabalhos foram vencedores do II Prêmio Armando Carreirão e finalizados entre 2006 e 2007. São dois documentários: "Mercado de Histórias" de Bianca Chiaradia e "Paisagem Urbana" de Pedro MC; Duas ficções: "Isto não é um filme" de Loli Menezes e "Quem disse que eu tô indo pra casa" de Marco Stroicsh; E uma animação: "Bruxa ataca pescador" de Érico Monteiro.


Quem disse que eu tô indo pra casa? de Marcos Stroisch


O Fundo Municipal de Cinema (FUNCINE) foi criado em 1989. Assim, Florianópolis ganhou um órgão voltado para a produção cinematográfica, promovendo a divulgação, participando de produções com a sua infra-estrutura própria, além de preservar a memória áudio-visual. Segundo Norton Makowiecky, presidente do FUNCINE, "a produção deu um salto qualitativo, o que representa um amadurecimento técnico do setor". E completa: "Os vídeos premiados são motivo de orgulho para o audiovisual catarinense".

Na reta final

Chegou o último dia do FAM 2007. Cineclubistas e representantes das ABD's se reúnem, curtas de Florianópolis, premiações e dois longas brasileiros finalizam a maratona de cinema e reflexão dessa semana. Programe-se:

9h: Extra – Fórum
Encontro de Cineclubistas de Florianópolis
Local: Cinema Nossa Senhora do Desterro, no CIC

10h: Extra – Fórum
Encontro de Representantes ABDs Sul
Local: Hotel Maria do Mar


Mercado de Histórias, de Bianca Chiaradia, um dos curtas produzidos com apoio do FUNCINE de Florianópolis, na Mostra Extra-FAM

14:00h: Mostra Extra – FAM
Mostra Armando Carreirão - Local: Cineclube Nossa Senhora do Desterro, no CIC
• Quem disse que eu tô indo pra casa?, de Marco Stroisch (ficção,18min, SC)
• Paisagem Urbana - Um Olhar Sobre a Ilha, de Pedro MC (documentário,16min, SC)
• Bruxas atacam Pescador, de Érico Patrício Monteiro (animação, 14min, SC)
• Isto não é um Filme, de Loli Menezes (ficção, 22min, SC)
• Mercado de Histórias - A história do Mercado Público na memória popular de Florianópolis, de Bianca Chiaradia (documentário, 52min, SC)

15h: Extra – Fórum
Debate: Políticas de Cooperação Audiovisual na Região Sul
Local: Academia Catarinense de Letras, no CIC
Com representantes do Santacine, Ciapar, Ciav, Fundacine, Funcine, Cinemateca Catarinense/ABD-SC, AVEC/ABD-PR e APTC/ABD-RS

18h: Apresentação do Grupo de Choro Ginga do Mané
Local: Vão térreo da rampa do Teatro Ademir Rosa, no CIC

O universo dos motoboys está em Os 12 Trabalhos, o primeiro longa da noite

19h: Mostra de Longas do Mercosul
• Os 12 Trabalhos, de Ricardo Elias (drama, 90min, Brasil)

20h30min: Cerimônia de Premiação das Mostras Competitivas

21h30min: Mostra de Longas do Mercosul
• Proibido Proibir, de Jorge Durán (drama, 100min, co-produção Brasil-Chile)

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Documentário polemiza impasse ambiental entre países

FAM 2007 exibe o polêmico filme No a Los Papelones, rejeitado na Argentina e festejado no Uruguai

A mobilização de moradores do balneário argentino de Gualeguaychú contra a construção de uma fábrica de celulose na outra margem do rio Uruguai causou desconforto entre as duas nações. Descabido, na visão do argentino radicado americano Eduardo Montes-Bradley - o diretor trata os manifestantes que fecham as pontes que ligam os dois países como “mimados nacionalistas ignorantes”. Ele diz que o filme procura mostrar como um conflito mesquinho pode se converter em causa nacional através da idéia dos argentinos de que sempre há alguém querendo os prejudicar. Não é à toa que, segundo o próprio diretor, quando quis lançar o filme na Argentina, “o puseram para correr”.

O documentário fez sucesso no verão deste ano no Uruguai. No país vizinho, só estreou em abril, e nas salas do Festival Internacional de Buenos Aires. Nenhuma distribuidora do país assumiu o risco de represálias por parte dos manifestantes “pseudo-ambientalistas”, como diz o próprio Montes-Bradley sobre os piqueteiros de Gualeguaychú.

Assim como o documentarista americano Michael Moore, Montes-Bradley procura apontar problemas dentro de seu próprio país, e critica a “paranóia dos argentinos com essa sensação de que sempre querem os saquear”. O filme mostra algumas fábricas nas redondezas de Gualeguaychú que seriam tão poluentes quanto a tão contestada papellera. No entanto, o diretor argentino diz que não é um provocador. Quer apenas poder atravessar a rua sem que um “pseudo-ambientalista” o impeça.

NO A LOS PAPELONES, documentário de Eduardo Montes-Bradley
Mostra de Longas Mercosul
Teatro Ademir Rosa, no CIC
Dia 07 de junho
21:00h
Entrada Franca

Esmir Filho, cinema e internet

Esmir Filho é um dos responsáveis pelo fenômeno Tapa na Pantera, o curta com Maria Alice Vergueiro que se tornou a maior febre da internet brasileira, alcançando mais de 9 milhões de acessos. Mas seu trabalho como cineasta é bem diferente.

Alguma Coisa Assim, a questão da adolescência sob o olhar jovem de Esmir

No FAM 2007, Esmir apresentou Alguma Coisa Assim, um curta 35mm que fala dos adolescentes, temática a que o cineasta tem se dedicado.

O cineasta Esmir Filho fala sobre seus filmes e sua relação com a internet


Esmir Filho bateu um papo com a equipe de imprensa do FAM 2007, que você pode conferir no site do FAM.

Você ainda não viu Tapa na Pantera? Em que planeta você vive? Veja agora no YouTube.

Cine Zé Sozinho

Um retrato do amor ao cinema, na Mostra de Curtas 35mm do Mercosul

Zé Sozinho é um ex-lavrador que dedicou sua vida a exibir filmes em cidadezinhas do sul do Ceará. Durante anos, Zé carregou seu projetor 16mm e suas latas de filmes pelo interior, montando seu cinema ambulante e projetando clássicos da Cinédia e da Atlântida e títulos internacionais de aventura, faroeste e bíblicos.

Ao mesmo tempo esperto e ingênuo, Zé Sozinho fazia proezas inesperadas, como editar um filme sobre a Paixão de Cristo com cenas de filmes de faroeste, para saciar a vontade por aventura do público de uma determinada cidade.

Apesar da estrutura precária de seus equipamentos, e da falta de filmes para projeção que o fim da Embrafilme acarretou, Zé Sozinho cumpria, com abnegada paixão, a missão de levar cultura e diversão para localidades que nunca tinham visto uma tela de cinema.

Em 2001, o diretor Adriano Lima encontrou seu personagem pela primeira vez e deu início à pesquisa que resultou em Cine Zé Sozinho, documentário que será apresentado na sessão desta quinta, dia 06, na Mostra de Curtas 35mm do Mercosul, em estréia nacional. Desde então Lima acompanha a vida difícil de Zé Sozinho e sua luta para continuar levando em frente sua vocação de exibidor.

Até pouco tempo atrás, Zé Sozinho catava alumínio para vender e morava num corredor minúsculo repleto de latas de negativo em deterioração e fitas VHS. Perdera a casa em que morava antes numa negociação com um pastor inescrupuloso e sonhava conhecer pessoalmente José Mojica Marins.

Em 2003, o Cine Ceará homenageou Zé Sozinho, presenteando-o com um projetor digital. E o Banco do Nordeste ofereceu-lhe equipamentos para projeção e montagem de uma sala de cinema. Além disso, a Prefeitura de Caririaçu lhe concede hoje uma ajuda de custo mensal, para que ele continue exibindo filmes. E ele já tem fotos em que aparece abraçado a Zé do Caixão.

Humilde, Zé Sozinho não sabia que podia comer de graça durante o Cine Ceará e preferiu trocar sua passagem aérea por dinheiro para ajudar sua família.

Cine Zé Sozinho é a história de um homem simples apaixonado por cinema, um símbolo da paixão e dedicação ao cinema que, para Zé Sozinho, é mais forte do que todas as dificuldades.

O cineasta Adriano Lima é também o coordenador do Curta Canoa, um evento que reúne curtas-metragens latino-americanos em Canoa Quebrada, no Ceará, e que vem se consolidando no circuito brasileiro de festivais. As inscrições para o Curta Canoa desse ano estão abertas no www.curtacanoa.com.br

O diretor Adriano Lima é o coordenador do Curta Canoa


Cine Zé Sozinho, de Adriano Lima
Mostra de Curtas 35mm do Mercosul
Teatro Ademir Rosa, no CIC
dia 07 de junho
19:30h

Atabaques Nzinga

Um panorama sobre a música afro-brasileira, através de diversos ritmos e grupos na Mostra Extra-FAM

Atabaques Nzinga é uma homenagem à rainha de Matanda (antiga Angola), Nzinga N’Bandi. Portanto, é um filme etnográfico de alma feminina. Mas não há aqui uma preocupação em contar propriamente uma história. Com muita simplicidade, o fiapo de linha narrativa acompanha a partida de Nzinga (Taís Campos), uma garota órfã que sai de Cachoeira, no norte da Bahia, em busca de suas raízes ancestrais. Localizada no norte da Bahia, às margens do Rio Paraguaçu, a cidade é lugar sagrado para os adeptos do candomblé. Foi de lá que se ouviu o som dos atabaques que anunciaram a chegada dos negros ao Brasil.

Aconselhada por uma mãe de santo (Léa Garcia), Nzinga parte para Salvador e Rio de Janeiro, onde, nesta cidade, depois de um pequeno entrevero num hotel, ela irá conhecer as rodas-de-samba. A música, na verdade, é a condutora da narrativa de Atabaques Nzinga, que dá ao filme um formato híbrido entre ficção e realidade. De certa maneira, o que assistimos é um musical sobre as raízes da cultura brasileira, tendo como destino os três pontos negreiros do País, a Bahia, o Rio de Janeiro e Pernambuco.

As manifestações da cultura negra no Estado tomam boa parte de Atabaques Nzinga, com as partições do Balé Afro Majê Molê e Bacanaré e da cirandeira Lia de Itamaracá. Com a sensível costura sonora tecida por Naná Vasconcelos, o filme ganha em organicidade em toda sua extensão.


Atabaques Nzinga, de Octávio Bezerra
Mostra Extra-FAM
Teatro Ademir Rosa, no CIC
dia 07 de junho
14:00 h

Brichos animam a garotada

Brichos, o longa de animação infantil que encerrou a Mostra Infanto-Juvenil do FAM 2007

Veja o trailer:



Brichos, de Paulo Munhoz
Mostra Infanto-Juvenil
Teatro Ademir Rosa, no CIC
dia 07 de junho
10:00h.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

FAM 2007 antecipa lançamento de Não Por Acaso

Esperado longa de Philippe Barcinski é a atração de hoje do festival, um dia antes de estrear nos cinemas de todo o Brasil

Letícia Sabatella e o diretor Philippe Barcinski estarão presentes na sessão de hoje


A estréia de Barcinski como diretor de longa-metragem conta duas histórias de personagens aparentemente distintos que se encontram após um acidente envolvendo suas mulheres. A partir daí, dois homens antes acostumados a uma vida programada vêem suas rotinas tomarem um rumo inesperado.

Ênio (Leonardo Medeiros) é engenheiro de trânsito e trabalha como monitor do fluxo de carros na cidade de São Paulo. Sua mania de controle ultrapassa o ambiente ocupacional – sua rotina pessoal é extremamente programada. Assim também vive Pedro (Rodrigo Santoro), marceneiro especializado em mesas de bilhar. A necessidade de controle sobre as bolas de sinuca se reflete em sua vida.

Suas rotinas se encontram quando a ex-mulher de Ênio, Mônica (Graziella Moretto) atropela Teresa (Branca Messina), namorada de Pedro. Ambas morrem no acidente. Ênio então, tenta finalmente conhecer a filha que teve com Mônica, Bia (Rita Batata), mas os dois têm dificuldades de relacionamento. Já Pedro se vê forçado a visitar o antigo apartamento de Teresa, onde conhece Lúcia (Letícia Sabatella), a nova inquilina.

Após realizar cinco curtas-metragens que juntos somaram mais de 40 prêmios em festivais como Chicago, São Francisco e México, a estréia de Barcinski na produção de longas-metragens já contabiliza quatro prêmios no Festival do Audiovisual de Recife, em abril, na sua primeira exibição pública. Não Por Acaso será exibido no FAM no dia 6 de junho e, logo no dia seguinte, estréia nas salas de cinema de todo o Brasil.



Não Por Acaso, de Philippe Barcinski
Mostra de Longas Mercosul
Teatro Ademir Rosa, no CIC
dia 06
21:00h
Entrada franca

Philippe Barcinski e Letícia Sabatella no FAM

A noite é de Não Por Acaso, o primeiro longa de Philippe Barcinski. O diretor e a atriz Letícia Sabatella estiveram durante a tarde no CIC, concedendo entrevistas à imprensa. O clima de premiére foi intenso, todos queriam um minuto com os dois artistas, mesmo assim cineasta e estrela falaram com a equipe de imprensa do FAM.

Letícia iluminando o FAM 2007


O bacana é estar num Festival com pessoas jovens, são pessoas que estão de alguma forma querendo revolucionar alguma coisa. A fim de transformar algo. Letícia Sabatella


O diretor e a atriz falam à imprensa


Leia a entrevista completa no site do FAM

Noite de diversidade nos curtas

A noite de ontem na Mostra de Curtas 35 mm do Mercosul mostrou um pouco da diversidade da produção brasileira no formato


Pixinguinha e a Velha Guarda do Samba, documentário de Thomas Farkas e Ricardo Dias mostrou imagens impressionantes e raríssimas do gênio Pixinguinha e seu regional em performance filmada por Farkas em 1954.

Alguma Coisa Assim, de Esmir Filho (o responsável pelo fenômeno da internet Tapa na Pantera), é um retrato ágil e moderno da juventude e suas dúvidas.

O Lobinho Nunca Mente, de Ian SBF revela um humor negríssimo para falar da morte.

Outono, de Pablo Lobato, fala da solidão contando a história de três personagens que habitam uma mesma casa sem jamais se encontrarem.
O diretor Giacomini em entrevista para o site do FAM

A animação Leonel Pé-de-Vento , de Jair Giacomini, foi o curta que abriu a sessão. O filme está participando também da Mostra Infanto-Juvenil e conquistou a audiência adulta com a história cativante do menino Leonel, que vivia a 5 metros do chão. O diretor Giacomini concedeu uma entrevista à equipe de imprensa do FAM, onde fala sobre a produção do curta, público adulto e infantil e sobre a animação brasileira. Confira no site do FAM.

As murgas de Obdulio

A Dios Momo emocionou o Teatro Ademir Rosa

Na noite do dia 05, terça-feira, o público mais uma vez lotou o Teatro Ademir Rosa para assistir a história de Obdulio, o menino analfabeto que vende jornais nas ruas de Montevideo e encontra, durante o carnaval, uma possibilidade de sobrevivência através das palavras. Aprendendo com um vigia noturno murguista as letras das canções uruguaias de carnaval, o mundo de Obdulio se transforma e se abre para a alegria e a beleza. Depois da sessão emocionante, o representante de A Dios Momo, Julio Sanchez, conversou com a equipe de imprensa do FAM sobre a produção do filme, murgas e sobre a exibição em Florianópolis no FAM.

Levo a mais grata das impressões. Porque as salas cheias indicam que a coisa está bem feita. Indicam que uma força potente está atrás disso. Porque há uma juventude no público, coisa que é pouco comum. É uma força enorme. É muito importante o que vocês estão fazendo. O apoio do público é o que vocês ganharam de melhor. Quando vejo um bom espetáculo, sei que por trás desse espetáculo houve um bom trabalho. E aqui há bom trabalho, e boas pessoas.

Leia a entrevista completa no site do FAM

terça-feira, 5 de junho de 2007

Por Causa do Papai Noel

O curta-metragem de Mara Salla, baseado na vida e obra da escritora catarinense Urda Alice Klueger, tem suas últimas exibições na Mostra Infanto-Juvenil


No filme, a menina Urda, então com 12 anos, envolve-se com a literatura depois que sofre um acidente, machuca o pé, e passa as férias inteiras lendo livros. Urda se apaixona pelo universo literário e passa a interagir com os personagens dos livros, que saem das páginas para a realidade de uma menina com uma imaginação muito aguçada. No curta-metragem, acompanhamos o nascimento de uma escritora e seu contato com a obra que um dia vai escrever.

Por Causa do Papai Noel foi finalizado em outubro de 2006 e já passou por onze festivais em todo o país, tendo ganho prêmios como o de melhor filme em Brasília e o de melhor atriz infantil para Karina Carvalho em Minas Gerais.

A diretora Mara Salla está em pré-produção de seu novo curta-metragem, Malabares - Os filhos dos outros, que deve ser rodado no segundo semestre de 2007.

Participar do FAM para Mara Salla é motivo de imensa alegria, pois há muitos anos ela acompanha e participa do festival e sempre desejou ver seu filme integrando o calendário do FAM.

Por Causa do Papai Noel, de Mara Salla
Mostra Infanto-Juvenil
Teatro Ademir Rosa, no CIC
dia 06 de junho
09:00h e 14:00h.

A Dios Momo, uma fábula sobre a educação

Leonardo Ricagni usa a atmosfera do carnaval para transportar o espectador a um lugar mágico onde realismo e surrealismo se misturam


O filme A Dios Momo aborda as desventuras do garoto Obdulio (Mathias Acuña), um vendedor de jornais analfabeto que vive com a avó (Carmen Abella), uma beata que passa os dias orando e guardando suas economias para comprar uniformes escolares para suas netas.

Numa noite de carnaval, Obdulio se depara com uma misteriosa figura: um vigia noturno que se tornará seu mentor e lhe abrirá a janela à educação e o guiará em direção ao verdadeiro significado da vida, ensinando-o as letras dos blocos carnavalescos durante o reinado do Deus Momo.

Com A Dios Momo, Ricagni define com maestria sua notória admiração por Federico Fellini e Emir Kusturica, ao mesclar sonho e realidade. Ao definir um traço para seus personagens, a partir de nomes que têm um poder simbólico muito forte e de uma direção de arte igualmente expressiva, Ricagni constrói criaturas extremamente fantasiosas.

A Dios Momo, de Leonardo Ricagni
Mostra de Longas Mercosul
Teatro Ademir Rosa, no CIC
dia 05
21h.

Tião

...o cara da produção!

Sebastião Braga entrou no curso de Cinema e Vídeo da Unisul em 2002. Já em 2003 começou a estagiar no mercado profissional e se identificou com a função de produtor. Foi produtor de vários trabalhos audiovisuais e, associado à produtora Ana Fonte, já realizou trabalhos publicitários internacionais.
Gosta mesmo é de cinema: cita os trabalhos em Um Tiro na Asa, de Maria Emília Azevedo e a direção de produção de Árvore Solitária, filme de Letícia Friedrich que está na programação do FAM 2007, como produções marcantes. Neste ano rodou seu primeiro trabalho como diretor: A Caminho.

Há três anos o Tião trabalha no FAM, fazendo a produção geral do evento, dividindo as responsabilidades com outros quatro produtores. Responsabilidades muitas: cuida dos espaços, dos contatos com patrocinadores, colaboradores e apoiadores, e da seleção da equipe.

Para ele o FAM é o mais importante evento político do cinema no Brasil. Florianópolis é um lugar geograficamente estratégico para os projetos de cooperação entre os países do Mercosul e os convidados respeitam o viés político do evento, que dá a cara do FAM. O que se discute nos Fóruns e no dia-a-dia do festival repercute no cenário cinematográfico do Mercosul, originando co-produções e planejamento de novas estratégias políticas.

Bom trabalho Tião!

Estande da Cinemateca divulga filmes catarinenses

A simpatia de Lina em exposição


A Cinemateca Catarinense está presente, diariamente, no 11º FAM. Na sala Lindolf Bell, a simpática secretária Lina Lavoratti, atende o público que comparece no Centro Integrado de Cultura (CIC). Além do trabalho normal da Cinemateca, o estande está cadastrando novos associados, atendendo solicitações de reservas de equipamentos como luz e maquinária, câmeras mini DV e 35mm e ilha de edição. Para associados, o valor da locação é de 10% do custo de mercado.

O espaço divulga ainda filmes catarinenses e vende fitas VHS e DVD. Além disso, dispõe o espaço para os produtores que querem vender materiais e audiovisuais, sem cobrar nada. O horário de funcionamento do estande é das 13h30 às 20h30.


A cinemateca também vai colaborar com a premiação do melhor vídeo catarinense e lança, nesta quarta-feira, às 19h30, o edital do prêmio Cinemateca catarinense, em parceria com a Fundação Catarinense de Cultura.

Douglas Vianna

Todo mundo no FAM conhece o Douglas. Não apenas porque ele é um cara carismático, ou porque ele é um dos mais respeitados técnicos de som direto e microfonistas de Santa Catarina, mas também porque há 07 anos ele é uma das peças fundamentais do Florianópolis Audiovisual Mercosul.

Nesses anos todos de FAM, ele viu o crescimento da estrutura do evento e do público, que comparece nas Mostras e debates. Hoje ele ocupa a função de Coordenador das Mostras. Começa a trabalhar muito antes do início do festival, selecionando curtas e vídeos, recebendo e enviando materiais dos filmes, repassando informações sobre eles para a imprensa e a secretaria, além de produzir toda a logística delicada que envolve as projeções.

Sobre o FAM desse ano, Douglas aponta a qualidade dos filmes, a presença bombástica do público e a relevância cada vez maior dos debates do Fórum. A única ressalva é a pouca presença dos colegas da classe cinematográfica do Estado nos painéis de discussão. Ele acha que a galera tem que se ligar mais.

Tanto trabalho e tantas responsabilidades não impedem que o cara tenha sempre um sorriso no rosto e ande pelo CIC distribuindo alegria. O Douglas é o cara!

Lurdinha vive

Documentário de César Cavalcanti fez sua primeira exibição pública no FAM 2007

Márcia Konder incorporou Lurdinha no documentário de César Cavalcanti

A história do documentário Lurdinha, a vendedora de ilusões, começou em 1998, quando César Cavalcanti trabalhava na produção de Novembrada, filme de Eduardo Paredes. Durante as filmagens, ele e sua companheira Janete, avistaram a atriz Márcia Konder caracterizada como a vendedora de loterias Lurdinha, e espantaram-se com a semelhança entre atriz e personagem. Estava lançada a idéia do documentário.


Depois de uma carreira marcada por trabalhos em grandes produções como Kuarup e A Ópera do Malandro, longas de Ruy Guerra, Cavalcanti decidiu tornar Lurdinha seu primeiro trabalho autoral. A produção começou em 2001 e ainda hoje, depois do filme pronto, Cavalcanti ainda busca patrocínios para finalizar a pós-produção do documentário, que estreou no FAM 2007.

Cavalcanti resolveu inovar ao mesclar os elementos do documentário tradicional no formato de seu filme. A personagem interpretada por Márcia Konder reaparece viva nas memórias dos participantes do documentário, que relembram a figura inesquecível da vendedora ambulante de loterias, que caminhava pelo centro da cidade tratando a todos com enorme respeito.

Uma figura adorada pelos ilhéus, parte do imaginário da cidade, que teve uma morte trágica.

Mas, no documentário de Cavalcanti, o final de Lurdinha é poético e emocionante, merecendo aplausos em cena aberta na sua exibição no FAM no último sábado, dia 02, na Mostra Competitiva de Vídeos do Mercosul.

Para César Cavalcanti, o cinema catarinense evoluiu muito nos últimos anos graças ao esforço de todos os realizadores e também à contribuição do Florianópolis Audiovisual Mercosul. Para que a cinematografia catarinense realmente se desenvolva basta que as autoridades responsáveis pela cultura em nosso estado olhem para os realizadores e para eventos da importância do FAM com a merecida consideração.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

DETRÁS DEL SOL, MÁS CIELO

A vida na fronteira e suas limitações são desnudadas em Detrás del Sol, Más Cielo, na Mostra de Longas Mercosul


Detrás del Sol, Más Cielo: a identidade fronteiriça

O longa Detrás del Sol, Más Cielo se passa na Província de Misiones, ao Norte da Argentina, uma região de muitas belezas, porém muito pobre, onde argentinos e paraguaios não conhecem as divisões territoriais. É nesta área seriamente empobrecida, onde as necessidades fazem com que os limites da dignidade sejam ultrapassados todos os dias, que o diretor Gastón Gulart cria uma ficção crua marcada por um sonho de adolescentes apaixonados.

Antônio, um jovem de 17 anos, deseja sair da miséria em que vive com sua mãe, lavradora de uma plantação de erva mate. Convencido de que sua sorte vai mudar ao encontrar o pai, que vive em Assunção, no Paraguai, sonha em reencontrá-lo com a ajuda do amigo Pablo. Os dois tentam de tudo, mas o dinheiro não chega. O contrabando se torna uma tentadora opção.
Gastón Gularte mostra em o encontro entre filhos de uma mesma terra. Unidos e separados pelo rio e sua dinâmica, juntos e divididos pelo destino, transitando pelo mesmo tempo, mesmo céu e mesmo sol.

Detrás del Sol, Más Cielo resgata a identidade desta geografia fronteiriça, onde os povos se irmanam no cotidiano, com os códigos próprios do contrabando, o encontro noturno e sua música, a briga de galos e sua simbologia, a religiosidade popular e o trabalho como forma de subsistência e as vezes de dependência.

Pela primeira vez se exibirá a realidade misionera do novo século: Desde o começo do projeto pensamos que resgatar a região é indispensável para começar a fortalecer um cinema a partir dos sentimentos daqueles que compartilham uma realidade comum, uma visão integrada, comenta o diretor. Ao que acrescenta que para conseguir isso, viajaram ao Paraguai e com a convicção de gerar passos conjuntos se aproximaram de produtores que compartilharam o mesmo objetivo.

Detrás del Sol, Más Cielo é uma co-produção Argentina e Paraguai com a participação de atores e técnicos de Misiones, Buenos Aires, Asunción e Encarnácion.



Detrás del Sol, Más Cielo (Argentina-Paraguai, 2007)
Mostra de Longas Mercosul

Teatro Ademir Rosa, no CIC
Segunda, 21H

Nóis Trupica mas não cai

Um Dia Um Circo é um documentário do cineasta carioca Marcelo Laffitte, com estréia nacional amanhã, dia 05, na Mostra Extra-FAM


Em 2005, Marcelo Laffitte acompanhou um dia no cotidiano do Circo Trapézio, uma pequena e tradicional companhia mambembe que apresenta seus espetáculos na periferia do Rio de Janeiro.

Seguindo a tradição das famílias de circo, os Cericola vivem e trabalham juntos, dividindo as dificuldades da vida nômade e as alegrias e emoções do universo mágico do circo.

Nos 56 minutos do documentário, Laffitte explora o cotidiano da trupe circense, a mudança de praça (como os artistas de circo chamam o local onde erguem a lona) e os ensaios para o espetáculo. Ao mesmo tempo mostra o processo característico de transmissão de conhecimento ao acompanhar o treinamento das crianças do circo, que assumirão no futuro a tradição familiar.

Quando a noite chega, as cores do circo tomam conta da tela, mostrando o espetáculo do circo da família Cericola e seus números tradicionais de malabarismo, acrobacia, mágica e palhaçadas, que estabelecem uma comunicação direta e sensível com o público.

Laffitte estabelece um delicado retrato da vida dos artistas de circo e evidencia a paixão que, apesar de todas as dificuldades, move a família Cericola em seu ofício encantador.


Leia a entrevista com o cineasta Marcelo Laffitte no site do FAM


Mostra Extra-FAM
Teatro Ademir Rosa, no CIC
Dia 05 de junho
10:00h
ENTRADA FRANCA

A gurizada vai ao cinema.

Crianças da rede pública têm sessões animadas no FAM 2007


Pais, filhos e público em geral acompanharam as primeiras sessões da Mostra Competitiva Infanto-Juvenil do 11º FAM, durante o fim de semana. A partir de hoje, as sessões para crianças começaram a receber a presença de mais de três mil alunos de escolas públicas e particulares da Grande Florianópolis em sessões voltadas a crianças de 5 e 12 anos, no Teatro Ademir Rosa.

A mostra conta com 10 produções de menor duração de Santa Catarina, Rio de Janeiro, Goiás, Espírito Santo, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul. São seis animações e quatro ficções. O prêmio para o melhor filme infanto-juvenil escolhido pelo júri será entregue no dia 8 de junho, às 20h30, juntamente com os prêmios das mostras de vídeos e curtas, no encerramento do evento.

A última exibição, no feriado de quinta-feira, dia 7, será dedicada ao longa de animação paranaense Brichos, de Paulo Munhoz, fora de competição.As primeiras exibições da Mostra Infanto-Juvenil do FAM 2007 ocorreram no sábado e domingo, com sessões abertas a pais, filhos e público em geral.

Fique atento às próximas sessões da Mostra Infanto-Juvenil do FAM 2007


Dia 5/6 (terça-feira) – 9 horas
Dia 6/6 (quarta-feira) – 9 horas e 14 horas

A Lenda do Brilho da Lua - Gabriela Dreher – 2’41” – Animação - SC
14 Bis - Guilherme Mendonça – 4’ – Animação - GO
Um lugar chamado Quitungo (Convidado) - Alunos da rede Pública de ensino – 3’50” – Animação - RJ
O Jumento Santo e a Cidade que se acabou antes de começar - William Paiva e Leonardo D. – 11’ –Animação - PE
Um Plano-Sequência sobre o Racismo - Alunos da rede pública – 6’– Ficção - RJ
Mr. Lucky Navio Pirata - Rodrigo Santos – 1’20” – Animação – SP
Leonel Pé-de-Vento - Jair Giacomini – 15’ – RS
Albertinho - 150 alunos da rede pública municipal de ensino – 12’- Animação – ES
Por Causa do Papai Noel - Mara Salla – 14’57” – Ficção - SC
Piruetas - Haroldo Borges – 14’58” – Ficção - BA
Duração total: 1h25’

Dia 7/6 (feriado de quinta-feira – 10 horas)

Brichos – Paulo Munhoz – Animação – 77’ – PR - (35mm)

Agora! Acompanhe on-line o Fórum Audiovisual do Mercosul

Assista em seu computador a transmissão simultânea, em broadcast, do terceiro painel do Fórum:


Crítica de cinema na internet

O segundo painel do Fórum Audiovisual do Mercosul, Crítica Especializada na Internet, reuniu especialistas da área que discutiram as características e os caminhos da crítica de cinema nos meios eletrônicos.


Ruy Gardnier, editor da revista eletrônica Contracampo, Cléber Eduardo, editor da Revista Cinética, Ricardo Calil – crítico do site No Mínimo e José Geraldo Couto, crítico da Folha de São Paulo, reuniram-se na mesa de discussão sobre “Crítica Especializada na Internet”, promovida pelo 11° FAM, nesta tarde de domingo, dia 03, no Centro Integrado de Cultura.

Leia a matéria completa no site do FAM

domingo, 3 de junho de 2007

Play embala a terceira noite do FAM

O filme PLAY, da diretora chilena Alicia Scherson, é destaque na Mostra de Longas

PLAY lança um olhar agridoce sobre as relações humanas

A enfermeira Cristina, uma recatada e solitária jovem do interior, adapta-se à vida da cidade enquanto trata de um velho húngaro doente, tendo como únicos momentos lúdicos aqueles em que passeia pelo seu bairro ou joga “Street Fighter” no salão de jogos do bairro. Tristán é um arquiteto que não se sente motivado pelo trabalho nem pelo casamento. Ele abandona tudo e volta para a casa da mãe. No caminho é vítima de assaltantes que levam sua mala com documentos, isqueiro, cigarros, fotografias e o IPod. Cristina encontra a mala que contém estes objetos, sente um entusiasmo e uma curiosidade que a encorajam a seguir e tentar conhecer o seu dono na esperança de que o seu dia-a-dia se torne menos solitário e rotineiro.
Comparada a Hal Hartley e Sofia Copolla, a diretora Alicia Scherson apresenta uma obra modesta, pontuada por ocasionais singularidades, caso do interessante recurso ao som e dos jogos temporais da narrativa, oferecendo um trabalho formal inventivo e despretensioso. Segundo Scherson, PLAY é um conto de fadas urbano e, através das aventuras da Cristina, proponho novas questões sobre a identidade na América Latina. Penso que só a ficção tem o poder para abordar um assunto como este sem dar respostas simples e dogmáticas, mas antes abraçando-o levemente, com toda a sua complexidade e até, eventualmente, sendo capaz de gerar um novo espaço para reflexão e discussão.

Visite o site de Play, e escute as músicas que embalam a ficção chilena.

Mostra de Longas Mercosul
Teatro Ademir Rosa, no CIC
PLAY, de Alicia Scherson
dia 03– domingo, 21H

As paisagens urbanas de Pedro MC

Pedro MC, diretor do vídeo Paisagem Urbana, visitou a sala de imprensa do FAM 2007. O cineasta conversou com Marco Martins e Loli Menezes sobre o documentário que foi realizado através do Prêmio Armando Carreirão, do Funcine, e é o destaque da Mostra de Vídeos Mercosul na tarde desse domigo.


Paisagem Urbana, Florianópolis sob o olhar de MC

MARCO: Pedro, algumas palavras sobre o “Paisagem Urbana”…

PEDRO: O “Paisagem Urbana” é um documentário sobre Florianópolis. A pergunta que me fazem é porque filmei somente no centro da cidade. Isto remete a história de minha própria família. O pressuposto básico do documentário é: quero saber quem eu sou? Por que eu nasci em Florianópolis? Por que eu tenho esse sentimento com relação à cidade? Daí vou descobrir: meus antepassados são portugueses, alemães, italianos, judeus e negros. Ou seja, eu sou uma mistura de quase todas as etnias que vieram para Santa Catarina. Minha família vem toda daquela região que dava para o mar, na rua Tiradentes. Eu fiz um retalho audiovisual. Eu caminhei pela cidade buscando as imagens, que são as mesmas imagens que meu avô e meu bisavô viram. Existe uma remanescência aqui na cidade de coisas antigas. O projeto tinha uma estrutura narrativa toda pautada, toda a sequência tinha um título, tipo vestígios, tinha toda uma estruturação. Eu fiz o projeto pra ganhar. Um dia eu estava filmando, no dia do meu aniversário, e de repente senti uma vertigem. Quando eu percebi tinha um monte de gente à minha volta, perguntando: “O que estais fazendo?”, e eu disse: “Gravando. Está vendo ali aquela fachada, aquela casa?”, e eles: “Que casa, cara? Tais gravando o quê?” As pessoas não enxergam que as fachadas das casas antigas são o grande patrimônio que a gente têm na cidade. Não são as praias. É a nossa arquitetura. E eu não sou saudosista.


O papo entre os três realizadores na madrugada do FAM


LOLI: Não me diz que tu não é saudosista. Se tu não fosse tu não teria feito esse filme.

PEDRO: Ao contrário. Eu me baseio muito no Mishima, o poeta japonês. Ele é do clã de samurais. Ele não é saudosista do passado. Ele pensava no Japão no futuro. A tradição não é o fim do crescimento, do progresso. Uma coisa não anula a outra. Não é um saudosismo piegas.

MARCO: Um saudosismo melancólico… que está presente no filme.

PEDRO: A melancolia aparece porque é um sentimento que eu tenho por ter nascido na ilha. Eu sempre olho para o mar e é uma coisa que o Fernando Pessoa escreveu: é a maior tristeza. É um sentimento existencial. É um sentimento que eu quis passar neste filme. Nesse dia do meu aniversário eu estava na frente da casa onde nasceu a minha mãe. Daí eu pensei: “Eu não vou fazer um documentário seqüenciado, bonitinho, com narração em of falando com os especialistas. Que se f… todo mundo! Eu vou fazer o que eu quero fazer!” E a partir dali mudou completamente o documentário. Eu estava na metade da produção e eu fui para outro caminho. Foi completamente experimental. Eu quis trabalhar com o ruído. Eu não fiz nenhum travelling, eu quis trabalhar com a câmera solta. O “Paisagem Urbana” é um recorte do meu olhar sobre a ilha de Santa Catarina. Dentro da minha pesquisa eu mergulhei na obra do Ítalo Calvino, o livro “Cidades Invisíveis”é maravilhoso. E a cidade é um tema que eu vou perseguir na minha obra.



Árvore Solitária, o filme convidado da Mostra de Vídeos

Letícia Friedrich falou sobre seu curta 16 mm, outra atração da tarde desse domigo no FAM:

Árvore Solitária é meu trabalho de conclusão do Curso de Cinema e Vídeo da Unisul. Foi a minha primeira experiência como diretora e roteirista Pensei nele como um desafio, se é hora pra errar é agora. Aproveitando o apoio dos professores e colegas, eu quis aprender com esse desafio e fiz o trabalho em película, porque achei que isso ia contribuir pra estética e pra linguagem do filme. Resolvi também trazer um ator conhecido, de fora da região sul, que é o Chico Diaz. Um ator em que eu sempre tinha pensado pro papel e numa brincadeira com o produtor do filme, citamos o nome dele, o procuramos e ele acabou topando. Aprendi muito com ele, porque ele veio muito a fim de trabalhar, e isso me surpreendeu bastante, porque jamais imaginei que um ator com a experiência dele resolvesse vir pra Florianópolis fazer um filme de conclusão de curso e contribuir tanto pra história. O roteiro é inspirado em Leon Tolstoi. Conta três histórias que se entrelaçam: a de um homem, uma criança doente e uma árvore solitária. Me inspirei no cinema de Tarkovski, especialmente O Sacrifício, e também nos filme de Abbas Kiarostami. É um filme sem diálogos, com um profundo caráter simbólico.

Mostra de Vídeos do Mercosul
Teatro Ademir Rosa, o CIC

16h:30min

Domingo sem tédio

Nada para fazer? O FAM tem a solução

Sai sábado, entra domingo e o FAM 2007 não pára - continua a todo vapor para receber no CIC o público que vai aproveitar o dia de descanso e acompanhar gratuitamente as mostras de filmes e os painéis de debate.

A Mostra Infanto-Juvenil inicia os trabalhos do domingo logo às 10 horas da manhã. Em seguida, às 14 horas, a Mostra Extra-FAM exibe o documentário Porto Alegre, Meu Canto no Mundo, de Cícero Aragon e Jaime Lerner, no Teatro Ademir Rosa.

Às 15 horas, o segundo painel do Fórum Audiovisual Mercosul recebe jornalistas dos principais sites de cinema do Brasil para conversar sobre a crítica de cinema na Internet na Academia Catarinense de Letras.


Play, filme chileno de Alicia Scherson, na Mostra de Longas do Mercosul

O segundo dia da Mostra de Vídeos do Mercosul exibe sete produções a partir das 16h30, no Teatro Ademir Rosa. O público pode escolher a sua preferida após a sessão para a votação do Prêmio Júri Popular.

Logo após a apresentação da Banda Musical União Josefense no vão da rampa do teatro, a segunda sessão da Mostra de Curtas Mercosul prossegue com cinco filmes – quatro brasileiros e um argentino – e o mesmo sistema de voto popular.

Encerra o terceiro dia do FAM 2007 o premiado longa-metragem chileno Play, de Alicia Scherson. Trama com elementos de drama e comédia, Play é um “conto de fadas urbano”, segundo a própria diretora. Em exibição a partir das 21 horas, durante a Mostra de Longas Mercosul no Teatro Ademir Rosa.

Baixe aqui a programação completa do FAM 2007, através do badongo.com, acompanhe nossas postagens durante o dia e curta cinema no FAM

Público aproveita cinema de graça

Início das mostras competitivas atrai legião de cinéfilos ao CIC


Os dois primeiros dias do FAM 2007 reuniram milhares de pessoas no CIC para acompanhar as discussões dos fóruns e os filmes do festival. O sábado foi muito agitado durante todo o dia - foram abertos os painéis de debate e as mostras infantil, de vídeos e curtas, além da Extra-FAM, que destacou o documentário Hércules 56, de Silvio Da-Rin, com direito a debate com o diretor após a sessão.

A mostra infantil espera maior público durante a semana, com a visita das escolas. Mas já na sua abertura, na manhã de sábado, um grupo de aproximadamente 50 crianças assistiu a 10 filmes de menor duração e aproveitou a distribuição de pipoca grátis. Adultos também prestigiaram a sessão, entre eles os diretores das produções catarinenses exibidas para a garotada.

À tarde, a mostra de vídeos empolgou o público de aproximadamente 400 espectadores no Teatro Ademir Rosa com nove produções de vários estados brasileiros e da Argentina. E no início da noite, muita movimentação na abertura da mostra de curtas 35mm – o público aproveitou o sábado e a entrada franca para lotar a sala.

A platéia se mostrou animada, interagindo entre si no intervalo dos filmes. Na saída da sessão, três computadores registravam a opinião do público sobre os vídeos e curtas exibidos. Os mais votados receberão o Prêmio Júri Popular.


Encerrou a noite o longa argentino Luz de Invierno, de Alejandro Arroz. O público que compareceu desde cedo nas mostras competitivas permaneceu no festival para prestigiar o elogiado filme, que une três histórias em torno da problemática social do interior da Argentina.

sábado, 2 de junho de 2007

Por uma TV para todos

Augusto Gongora, da TV nacional do Chile, Paulo Markun, presidente da TV Cultura de São Paulo e Gabriel Priolli, da Televisão América Latina, reuniram-se para discutir a realidade e as perspectivas das TVs Públicas no Mercosul. Com experiências diferentes, eles relataram suas idéias sobre o tema no Fórum de sábado, 2 de junho, com transmissão simultânea via internet.

Augusto Gongora: Hay que ser sencillo.

Com a democratização nos anos 90, o estado chileno criou novas leis que regem a televisão estatal do país. O resultado do acerto entre diversas forças políticas produziu uma organização auto-sustentável, que por lei não pode receber dinheiro do governo. A TV Nacional do Chile desenvolveu então competência na gestão e alta competitividade no mercado. É a emissora líder em seu país, tanto em audiência, quanto em arrecadação publicitária.

A aliança com os produtores independentes é o forte da programação, ocupando 60% da grade. Jovens criadores apresentam uma diversidade de discursos estéticos, o que dá amplitude de linguagens, chave para o primeiro lugar na audiência. No Chile, a lei exige que 45% da programação seja nacional, mas na TV Nacional do Chile, 81% dos programas são produções chilenas.

A reformulação da TV Nacional chilena exigiu uma mudança de perspectiva em relação ao público. Dogmas e conceitos pré-definidos sobre que tipo de programação deve ser exibido em uma emissora pública tiveram que ser repensados. Para Gongora, não existe um público ideal e as estatísticas são frias e falam do passado. Para ele, a TV deve aproximar-se do espectador real, estabelecer uma relação afetiva com ele e planejar o futuro dessa relação.

O pior para uma TV é quando o espectador se sente estúpido. É preciso abandonar o medo de ser popular, é preciso determinar os conteúdos através de múltiplos formatos, como os programas de entretenimento. “Hay que ser sencillo”, temos que ser simples. Não é o gênero que determina os valores da obra, mas a linha editorial e o conceito que move o programa.
Gongora está atento para as mudanças que a tecnologia proporciona e afirma que a TV chilena prepara-se para investir em formatos multimídia e assim aproximar-se da geração dos blogs e Youtube, que buscam conteúdo independente e desconfiam dos meios de comunicação tradicionais.

Para ele, o público não deve ser tratado como objeto, mas em pé de igualdade, como um aliado estratégico.

Paulo Markun: A TV pública brasileira perdeu o bonde

Para Paulo Markun, no Brasil, a TV pública perdeu o bonde da história. È uma estrutura pouco relevante em termos de recursos, equipamentos e imaginário popular. Uma exceção honrosa é a TV Cultura de São Paulo, mantida pela Fundação Padre Anchieta, com cerca de 2 mil funcionários, que mantém uma imagem positiva, fruto de recursos oficiais, parcerias e publicidade. Reconhecida pela qualidade de sua programação infantil, praticamente não há espaço para a produção independente. Para Markun, a complicada realidade econômica das TVs públicas leva a investir em produções internas e baratas. E por parte dos produtores, ainda há uma incompreensão das regras do jogo quando o formato é televisão.

Gabriel Priolli: Uma nova TV pública

A TV brasileira é verticalizada. Existe uma cultura da auto-suficiência que remete ao início da televisão no Brasil, com a TV Tupi. Uma estrutura que produz tudo internamente, cujo maior símbolo é gigantesco estúdio do Projac, da Rede Globo. Isto leva à baixa diversidade e baixa democracia audiovisual. Para Priolli, as relações com o cinema ainda são superficiais e existe uma certa desconfiança dos executivos em relação aos produtores independentes.

Desconfiança não de toda improcedente, uma vez que muitos produtores não estão atentos aos prazos, orçamentos e à adequação de seu produto ao perfil da emissora. Os independentes geralmente vêem a TV como janela para a exibição de seu filme e não como uma mídia específica.Para Priolli, ainda existem poucas parcerias com os independentes e pouca interação com os novos modelos de comunicação no quais os limites entre produtor e receptor se diluem. Ele acredita que a TV pública deve quebrar o modelo tradicional, centralizado e vertical, e pensar perspectivas de cooperação entre países do Mercosul. E apontou para a efetivação da Rede Pública de Televisão, o projeto de TV federal em constituição que promete reconfigurar o setor público de TV no Brasil.

Personagens reais habitam Luz de Invierno

LUZ DE INVIERNO, atração das 21:00h, destaca os valores da identidade na Mostra de longas-metragens do 11° FAM



Luz de Invierno, baseado nos contos de Carlos Hugo Aparício, é composto por três histórias independentes, porém interligadas. As personagens contam com situação social similar, cujos cenários são os assentamentos periféricos da cidade de Salta, a 1.700 quilômetros de Buenos Aires, ao Norte da Argentina, com a mesma visão diante da vida e o valor do êxito na sociedade latino-americana.

Na primeira história, El Ultimo Modelo, uma humilde família de jornaleiros, composta pelo pai, a mãe e os três filhos, ganham um carro O km em uma rifa. O veículo quebra a monotonia de seus dias. Porém a alegria dura pouco, pois a falta de dinheiro para o combustível impede a família de usá-lo.

Na história seguinte, La Pila de Ladrillos, um casal sem filhos habita uma casa pré-fabricada, num bairro humilde, e leva a vida como pode. Ele é um funcionário público de caráter duvidoso e ela uma dona de casa que quer progredir e melhorar sua modesta forma de vida. O casal compra tijolos para a construção da casa. No dia após a compra, eles percebem que alguns foram roubados. Os roubos seguem acontecendo, dia após dia. Todo o bairro se converte em suspeita.

Na última história, La Búsqueda, o empregado de uma relojoaria vive sozinho em uma pensão barata e divide seus dias entre o bilhar e o trabalho cada vez mais escasso. Certo dia, um velho mendigo chega na relojoaria e trava uma estranha relação com o empregado, que não consegue negar-lhe algumas moedas. O velho mendigo desaparece e aqui o empregado começa sua estranha busca.

As três estórias destacam a mesma problemática: a necessidade de viver de acordo com os valores da própria identidade, frente a um mundo cada vez mais individualista.



LUZ DE INVIERNO, longa-metragem de Alejandro Arroz.

Mostra de Longas do Mercosul

Teatro Ademir Rosa, no CIC

21:00h

Memória e identidade

Carlos Brandão, presidente do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro, está no FAM 2007 e conversou com o cineasta Marco Martins


Na entrevista, Brandão falou sobre o trabalho de restauração de obras fundamentais do cinema brasileiro como Aviso aos Navegantes e O Homem que Virou Suco, e sobre o conceito do projeto do CPCB: A idéia de restaurar um filme não é só restaurar e botar na lata de volta. Senão vira lata. O filme só existe quando é visto. Então a idéia é fazer a restauração e exibir, para que o povo tenha idéia de como era nosso cinema. Para fazer a escolha de qual filme restaurar, temos diversos critérios: a importância do filme em si; o filme de um diretor cuja importância deve ser preservada; algum filme que historicamente tenha algum significado especial; e ainda que tenha sido significativo para uma determinada escola ou movimento.

Brandão falou também sobre o livro Memória da Memória, que foi lançado nesta tarde no FAM: Esse livro surgiu porque a gente trata tanto da memória do cinema brasileiro, procurando fazer as restaurações dos filmes, incentivando as pesquisas, que num determinado momento a gente percebeu que não tinha memória de nós mesmos.

E enfatizou a questão da importância da memória do cinema brasileiro: A importância da memória é politicamente estratégica, é uma questão de soberania. A pior colonização é a cultural, esta você não se livra, vai para a alma, vai para o coração.

Agora: Assista on-line os debates do Fórum

A partir da 15h, você poderá assistir no seu computador, via internet, em transmissão simultânea, o primeiro painel do Fórum Audiovisual do Mercosul. Basta clicar:


Beto Brant solta o verbo depois da sessão de Cão Sem Dono

Na noite de ontem, após a sessão de abertura da Mostra de Longas do Mercosul, Beto Brant concedeu uma entrevista para o cineasta Marco Martins, da equipe de imprensa do FAM 2007, e para o jornalista Fábio Bianchini, do Diário Catarinense.


Brant falou sobre a distribuição e exibição de filmes brasileiros, sufocados pelo domínio do mercado comercial, e sobre as possibilidades que propostas alternativas e eventos como o FAM proporcionam: A gente se dispõe em ir buscar o público. É um público alternativo, não o público de Shopping Center. Agora mesmo eu tava no Rio e um cara chegou na minha e falou: Pô, Beto! Eu te conheci há 10 anos, no debate do “Os Matadores” lá na universidade. Então é o seguinte: a gente sabe que o que acontece com os nossos filmes, mesmo com pouca bilheteria, é que eles são filmes longevos.

O ofício do cineasta também foi tema da conversa: O cineasta tem que ter postura, caráter e motivação. Têm gente que encara o cinema como negócio, que pega um subproduto da televisão, transforma num produto o mais charmoso possível e vai atrás do dinheiro. Tem outros que correm atrás de um resultado artístico, de uma individualidade, de diversidade. É preciso individualizar nossos atos, buscar uma concepção independente da vida, nas questões sociais, políticas, de fórum íntimo.

Brant falou ainda sobre o processo criativo de Cão Sem Dono, o filme que lotou o Teatro Ademir Rosa na noite de abertura do FAM 2007: O filme é uma história de amor, história de um moleque que sai da faculdade, que estudou letras e que não sabe como buscar o lugar dele. Não tem Porto Alegre em cartão-postal, mas tem o universo das pessoas de lá.

A entrevista completa você poderá conferir em breve nas próximas edições do Diário Catarinense e aqui no blog do FAM 2007.

Memória do cinema e TV educativa no primeiro dia de debates

O Fórum Audiovisual do Mercosul começa hoje

A Preservação da Memória do Cinema Brasileiro é o evento extra que marca a abertura do Fórum Audiovisual Mercosul, o braço do 11º Florianópolis Audiovisual Mercosul dedicado à discussão de políticas de aproximação e do pensar audiovisual e cinematográfico. A condução do debate está a cargo dos fundadores do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro, Myrna e Carlos Brandão, e das pesquisadoras cinematográficas Marília Franco e Solange Stecz.


Myrna e Carlos aproveitam a passagem pelo FAM para lançar o livro Memória da Memória – Uma História do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro, também no sábado, às 17:30h, no espaço Lindolf Bell do CIC.

O segundo painel do Fórum, Produção de Conteúdo para TVs Públicas e Culturais, discute a abertura de mais espaços para a produção independente na televisão brasileira e a ampliação dos limites de conteúdo das TVs educativas. Compõe a mesa o jornalista Paulo Markun, presidente da TV Cultura, apresentador do programa Roda Viva, editor do Jornal de Debates e presidente do Sindicato da Indústria Audiovisual do Estado de Santa Catarina. Representando a TV Nacional do Chile, o jornalista Augusto Gongora fala a partir de sua experiência como criador de diversos programas culturais e produtor de documentários independentes. Já o professor e jornalista Gabriel Priolli responde pela Televisão América Latina (TAL). Também é presidente da Associação Brasileira de Televisões Universitárias (ABTU), além de apresentador e diretor da TV PUC/SP. Escreve colunas para a Revista Época e para o site Observatório da Imprensa.

Fórum Audiovisual do Mercosul
Local: Cineclube Nossa Senhora do Desterro, no CIC

14:00h - Painel Extra-Fórum: Preservação da Memória do Cinema Brasileiro

15:00h - Painel: Produção de Conteúdo para TVs Educativas e Culturais

17:30h - Lançamento do Livro Memória da Memória, com Carlos e Myrna Brandão, no Espaço Lindolf Bell