quinta-feira, 7 de junho de 2007

Documentário polemiza impasse ambiental entre países

FAM 2007 exibe o polêmico filme No a Los Papelones, rejeitado na Argentina e festejado no Uruguai

A mobilização de moradores do balneário argentino de Gualeguaychú contra a construção de uma fábrica de celulose na outra margem do rio Uruguai causou desconforto entre as duas nações. Descabido, na visão do argentino radicado americano Eduardo Montes-Bradley - o diretor trata os manifestantes que fecham as pontes que ligam os dois países como “mimados nacionalistas ignorantes”. Ele diz que o filme procura mostrar como um conflito mesquinho pode se converter em causa nacional através da idéia dos argentinos de que sempre há alguém querendo os prejudicar. Não é à toa que, segundo o próprio diretor, quando quis lançar o filme na Argentina, “o puseram para correr”.

O documentário fez sucesso no verão deste ano no Uruguai. No país vizinho, só estreou em abril, e nas salas do Festival Internacional de Buenos Aires. Nenhuma distribuidora do país assumiu o risco de represálias por parte dos manifestantes “pseudo-ambientalistas”, como diz o próprio Montes-Bradley sobre os piqueteiros de Gualeguaychú.

Assim como o documentarista americano Michael Moore, Montes-Bradley procura apontar problemas dentro de seu próprio país, e critica a “paranóia dos argentinos com essa sensação de que sempre querem os saquear”. O filme mostra algumas fábricas nas redondezas de Gualeguaychú que seriam tão poluentes quanto a tão contestada papellera. No entanto, o diretor argentino diz que não é um provocador. Quer apenas poder atravessar a rua sem que um “pseudo-ambientalista” o impeça.

NO A LOS PAPELONES, documentário de Eduardo Montes-Bradley
Mostra de Longas Mercosul
Teatro Ademir Rosa, no CIC
Dia 07 de junho
21:00h
Entrada Franca

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